terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Alma Gêmea

ALMA GEMEA





Como é possível amar com todo o seu ser alguém a quem não vê. 

Não vejo, nunca vi, mas sinto, percebo e, parcialmente, me preencho. 

Preencho-me em fé, em certeza e em amor. Em alívio de saber que existe o que tanto procurei. 

Quando há o conflito entre o sistema de crenças que mistura uma necessidade de ter alguém, com o medo de ter, com os paradigmas contrários e as memórias contaminadas e nossa essência que sabe que só a pureza e o amor pleno são reais, as angústias de solidão são quase insuportáveis. Nos invalidam, doem, fazem procurar o imediato que logo depois traz seu vazio, uma forma de se invalidar mais um pouco e reforçar as crenças. 

Quando o sistema de crenças começa a ser limpo, simplesmente limpo, deixando nas memórias apenas o que é fato e não mais pensamentos, a partir da cura e cicatrização definitiva de mágoas e entrega dos pesos ancestrais, amorosamente, de volta a estes, a essência pode brilhar e tornar-se um imã de outra alma de conteúdos afins, vibrando o mesmo amor. As historias serão diferentes, as circunstâncias ninguém sabe, mas já há espaço para que chegue, já há amor e acolhimento para que possa ser recebido e que possa ficar, bem vindo.


Sentir esta proximidade revigora a alma que se entristecia com o cansaço da mente que dominava o corpo.


Sentir essa proximidade, em ultima instancia, torna real e coloca a mente a favor dos mais genuínos sonhos de alma e do coração. Sem a realização destes sonhos, sem a vivência plena, é uma existência em vão da alma e é isso que dói. Estar fechado, não se acolher, não acolher os sonhos, as fantasias.


Sinto aqui tão perto, tão perto que tenho certeza que, de onde está, está sentindo o mesmo que eu e já feliz porque, como eu, encontrou o pergaminho perdido e já caminha em passos suaves com o mapa nas mãos, para logo chegar meio que, acidentalmente, esbarrando suas circunstâncias em minhas circunstancias. E só isso é a verdade. Não importa quando, como, onde, porque só pode haver espaço pro amor onde não há medo. E, onde não há medo, não precisamos de garantias, nem de saberes antecipados.


Agora sinto.


Agora sei.


Agora é.



Texto de Adriana Mangabeira - adriana@ser-quantico.com
Fonte : http://somostodosum.ig.com.br

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